Ao fazer meus recortes projecionais me deparei com um texto antigo de Martha Medeiros, e como sempre, sucumbi. Compartilho-o agora com vocês.
(...)
Dentro de imi há pensamentos demais, o que torna tudo meio apertado, mas tenho tentado dar uma arrumada nessas ideias para que cada uma fique na sua gaveta.
Há também sentimentos demais, mas de forma alguma vou expulsá-los, deixo que circulem à vontade pelo meu corpo.
Toca música aqui dentro, quase o tempo todo, e há uma satisfação secreta que precisa se manter secreta para não passar por boba. Há crianças e adultos dentro de mim, todos da mesma idade. Aqui dentro existe uma praia e uma montanha coladas uma na outra, parece até o Rio de Janeiro.
O último bangue-bangue emocional que metralhou a minha alma faz quase um ano. Dentro de mim estão muitas lágrimas que não foram choradas para fora e muitos sorrisos que, de tão íntimos, também guardei. Dentro de mim, às vezes, são produzidas algumas cenas sofisticadas e roteiros de filme B. Como não gostar de viver aqui dentro?
E você, tem sido um bom hospedeiro de si mesmo?
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