Pretendo abordar esse tema em partes, pois há tanto a ser entendido. Agradeço a toda colaboração que receber, comentários, experiências que sirvam para elucidar a busca por respostas. Que tratemos o medo com uma terapia de grupo.
Tenho passado por algumas vivências que me tem feito observar o medo e sua forma paralisante de atuação.
Nunca fui uma pessoa "entrosada" com a natureza. Fazer trilhas, andar entre as pedras com naturalidade, enfim. Lembro de uma cena da minha adolescência: eu, travada na pedra da Gávea para não saltar um pequeno abismo que dava acesso ao final da trilha, a tão esperada recompensa. Todos já haviam saltado. Existia, sim, um risco considerável, mas não era motivo suficiente para paralisar. Depois de muito, saltei. Paralisação ridícula, penso hoje quando revejo a cena (aproveito para pedir desculpas aos que tiveram que viver esse fato comigo).
Recordo de uma situação semelhante ocorrida em uma viagem a São Tomé das Letras - MG: deixei de pular em uma cachoeira deslumbrante, uma oportunidade ímpar, risco baixíssimo. Conseguem imaginar o porquê?
Varrendo a memória atrás de situações nas quais paralisei por medo, surgem listas e listas delas.
Agora tenho procurado identificar as motivações. E isso faz tanta, mas tanta diferença!
Vale ressaltar que não sou vítima de nada, aqui trato apenas de constatações, causas e consequências, o que torna a jornada mais leve e, principalmente, reeditável, se é que posso colocar dessa forma.
Fui criada por uma mãe virginiana do tipo 1 eneagramático e, para alcançar seus padrões de perfeição, aceitei e vivi de forma autocrítica, salvo alguns momentos de rebeldia.
Descobri que tenho diversos tipos de medo, apesar da imagem externa de coragem.
- Medo da vergonha;
- Medo do ridículo.
- Medo da vulnerabilidade;
- Medo da imperfeição fisica;
- Medo de perder o controle;
Descobri minhas verdadeiras razões por trás das desculpas:
- Vergonha é sinônimo de fraqueza e de vulnerabilidade;
- Superexposição gera críticas, crítica só a minha.
- Perfeição física só pode ser conquistada se eu não me expor ao risco;
- Controle é sinônimo de força, falta dele é sinônimo de fraqueza;
No fim das contas, o que se vê é que muitas são as justificativas para o medo, mas poucas delas expressam a realidade. Lidar com ele e com as minha realidade de forma honesta têm-me feito arriscar mais, ousar mais de forma consciente e consequente. É o tal do meio-termo.
(Continua: tipificações do medo)
Ediza Martins
http://agoraeuvilegal.blogspot.com
edizamartins@yahoo.com
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