Uma importante parcela de homens vive seus infernos interiores e exterioriza estas suas dificuldades nos comportamentos atuais da humanidade, criando em muitas regiões do planeta verdadeiras situações de caos e sofrimentos inimagináveis a seres de luz e divinos como todos nós somos, descendentes diretos do Coração do Grande Todo.
A falta de um olhar mais refinado e coerente faz com que nem percebamos a quantidade de queixas internas que carregamos e auto-alimentamos diariamente, colaborando para que muitos de nossos semelhantes vivam verdadeiros papéis de vítimas, sempre acreditando que “alguém” é seu algoz lhe prejudicando constantemente, atribuindo assim ao outro a condição de ser o responsável por sua infelicidade ou por seu destino.
Esta estrutura da vítima - ou do coitadinho de mim - está atrelada à nossa criança interior que provavelmente copiou este modelo de algum adulto que nos educou e nos passou conceitos de vida e de sociedade e, hoje, quase sem perceber, repetimos este padrão; e em muitas ocasiões não somos capazes de tomar atitudes de defesa pelos nossos próprios direitos, pois ser a vítima é um papel que acaba sendo gratificante, principalmente se a pessoa aprendeu que a melhor maneira de ser reconhecido é pelo sofrimento, pela dor, pela desgraça, para que o outro - qualquer que seja este outro -tenha muito dó de mim e de minhas desgraças pessoais.
Com freqüência, estamos diante de pessoas que reclamam do trabalho, do namoro ou casamento, do pai ou da mãe, e precisam se queixar, precisam ter este espaço para que alguém a escute; mas, quando lhe é sugerido alguma atitude para mudar o padrão de queixa ou mesmo a solução do problema, tomando alguma atitude que possa transformar a situação reinante, normalmente estas pessoas mudam de assunto, ou já têm um arsenal de desculpas prontas, justificando o porquê não podem tomar atitudes de mudança, pois segundo suas justificativas, qualquer atitude de mudança ou não daria certo, ou prejudicaria mais ainda a situação do momento.
A vítima, o coitadinho de mim não tem saída, ou não quer uma saída. A solução encontrada é continuar sendo sempre esta pessoa que reclama. Algumas quase nem se queixam exteriormente, apenas comentam com muita fidalguia e prazer como enfrentam suas dores, como se fossem verdadeiros heróis ou heroínas, aceitando o sofrimento como um fator natural da vida e não admitindo nenhuma atitude de mudança, pois se esta ocorrer o que esta pessoa fará sem o papel de vítima no dia seguinte?
Algumas pessoas jogam sua energia da vítima em cima de entes queridos, dos seus relacionamentos e passam a viver suas vidas em função destas pessoas, suportando frustrações e angústias. No dia em que a pessoa, objeto de sua investida e disponibilidade, sai de sua vida não aceitando mais ser servida - ou outra coisa que venha a ocorrer - estas entram em verdadeiro desespero, ou mesmo em depressão, pois o objeto do seu desejo de servir e se colocar como vítima não está mais respondendo a sua ordem de comando, colocando-se como seu algoz ou como alguém que precise ser servido.
Por trás de toda vítima existe uma pessoa manipuladora que se torna a vítima, ou a coitada, ou a queixosa, para poder de alguma maneira estar controlando a vida de alguém ou uma determinada situação.
A vítima é uma das pessoas mais desagradáveis que temos que lidar em nossas vidas, pois por estar centrada no seu papel de vítima, ela não respeita nada, nem a si nem a ninguém pois o que lhe importa, e o que lhe sustenta energeticamente, é manter o mesmo papel a todo momento.
Em cada um de nós há uma pequena, uma média, ou uma grande vítima. Lá dentro da estrutura de nossa criança interior esperando ser curada, amparada, compreendida. Esta vítima que aí dentro permanece, está relacionada a algum momento de nosso desenvolvimento emocional, no aprendizado dos nossos 7 anos iniciais, onde formamos a estrutura de nossa personalidade desta vida, e quiçá em nossa memória extracerebral, que são os conteúdos que trazemos de um outro momento diferente deste nosso presente.
E este fator emocional, que lá entrou e ficou infantilizado e não foi estabelecido com o critério da clareza, está esperando que você, adulto, visite-o novamente, para fazer a sua catarse e se libertar da dor ou do engano que ele projeta em sua vida. Ou faltou amparo ou faltou amor, ou faltou apoio, ou nos deram demais, em excesso. Ambos os casos são desequilíbrios que afetam diretamente nossas atitudes humanas.
Caso você tenha localizado seu papel de vítima em sua criança interna, apenas questione-o. Converse com este papel como se fosse uma pessoa que está dentro de você.
Dê espaço para esta queixa sair de lá, escute-a, analise-a e ampare-a.
Certamente sua criança interior precisa de amparo, pois se você estivesse dando a ela o apoio e proteção que ela precisa, ela não estaria buscando fora de si, no outro, uma maneira de ser reconhecida e aceita.
Lembre-se que sua criança interior é um problema seu, apenas seu, e não do outro e cabe apenas a você nutri-la e torná-la saudável e feliz. Quem se queixa ou é vítima nunca poderá ser feliz. Pense, sinta e perceba que você ainda pode fazer muita coisa por si. O poder é seu e a escolha também.
“Saiba que a postura de vitima promove a falta de condição e gera o fracasso; enquanto a postura do guerreiro promove a dificuldade na realização. O que importa é criar novos modelos e sustentá-los na mente de forma clara e definida, com total ausência de conflito. No momento que ocorre essa mudança o milagre também acontece.” ( do livro Genio Pessoal - Jairo Carlos )
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